O Discurso do Rei

Posted: 20 de mar. de 2011 by leo in Marcadores:
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Desde os 4 anos,George é gago.Este é um sério problema para um integrante da realeza britânica,que frequentemente precisa fazer discursos.George procurou diversos médicos,mas nenhum deles trouxe resultados eficazes.Quando sua esposa,Elizabeth,o leva até Lionel Logue,um terapeuta de fala e método poucos convencionais.Lionel se coloca de igual pra igual com George e atua também como seu psicólogo,de forma a tornar-se seu amigo.Seus exercícios e métodos fazem com que George adquira autoconfiança para cumprir o maior de seus desafios,assumir a coroa,após a abdicação de seu irmão David.

Todo a temporada de premiação surgem filmes que pode se dizer que aparecem de lugar nenhum e conquistam seus espaços de forma decisiva,no caso de O Discurso do Rei,o lugar tomado foi tão importante que acabou vencendo um (inexplicável) Oscar de Melhor Filme.
O mais interessante de todo o filme é o fato de conhecermos toda a história por trás do discurso que iniciara a 2°Guerra Mundial,o roteiro de David Seidler é formulaico,quadrado,criado para não nos dá permissão ao menos de nos aprofundar no drama que assistimos,é um roteiro correto,sem coragem de correr certos riscos.A fotografia de Danny Cohen é deslumbrante,a trilha sonora de Alexandre Desplat é (pra variar) impecável e o trabalho da edição de Tariq Anwar é maravilhoso,um dos maiores atrativos de todo o filme.

O Oscar 2011 na categoria de direção,estava particularmente incrível,mas como a maioria dos anos,existe o elo fraco da categoria,no caso de 2011 o elo fraco da categoria venceu.Se O Discurso do Rei foi uma experiência frustrante pra você,provavelmente a culpa disso foi de Tom Hooper,exagerando na incompetência,ângulos feios,cortes inexplicáveis enquanto cenas estão perto de atingir o clímax perfeito pro contexto do filme,enfim,Tom Hooper tem um trabalho reconhecido pela competência de uma equipe técnica e o brilhantismo de um trio de atores.
Helena Bonham Carter aposta na leveza da personagem,uma figura adorável em uma firma e breve atuação que mereceu todo o reconhecimento que teve,Geoffrey Rush está extraordinário em cena como o divertido terapeuta e amargurado ator,de uma simpatia ímpar,é fácil se sentir envolvido pelo tamanho carisma da personagem e do ator,particularmente na cena da audição de Lionel,a profundidade no olhar de Geoffrey impressiona,conquista.Interessantemente,Colin Firth atuando Rei George tem algo muito em comum com uma das melhores atuações do ano passado (Carey Mulligan em Educação) personagem chato,mimado e algumas vezes irritante (no caso da personagem de Mulligan,ela era burra mesmo) mas a atuação do ator é tão incrível que todos os defeitos da personagem aparecem como detalhezinhos insignificantes,novamente Firth atinge a perfeição na atuação,personificação impressionante,Firth faz discursos em expressões,genial.

Por fim,O Discurso do Rei é um bom passatempo,a falta de profundidade do roteiro e a incompetência do diretor quase estragam por completo um projeto salvo pelo gongo por uma ótima equipe técnica e um elenco em perfeita sintonia.


Nota:8/10

Sinopse Retirada do Site Adoro Cinema

O Discurso do Rei (The King´s Speech,2010)
Diretor:Tom Hooper
Roteiro:David Seidler
Elenco:Colin Firth,Geoffrey Rush,Helena Bonham Carter,Guy Pearce,Jennifer Ehle,Michael Gambon,Derek Jacobi,Timothy Spall,Anthony Andrews,Roger Parrott,Claire Bloom,Eve Best

Cisne Negro

Posted: 1 de mar. de 2011 by leo in Marcadores:
7


Beth McIntyre,a primeira bailarina de uma companhia,está prestes a se aposentar.O posto fica com Nina Sayers,bailarina que tem o único objetivo de ser perfeita naquilo que lhe é proposto,mas ela possui vários problemas interiores,inclusive com sua mãe.Pressionada por Thomas Leroy,um exigente diretor artístico,ela passa a enxergar uma concorrência desleal vindo de suas colegas,especialmente Lily.

Existem certos filmes que atingem a perfeição,são aqueles que te faz se sentir emocionado,não importando gênero,são aqueles que mesmo existindo certos defeitos,ainda assim aos olhos daquele que assiste acaba se tornando perfeito por todo o conjunto e esforço evidente de toda a produção,foi essa a minha relação com Cisne Negro.
Como disse o filme se trata da tentativa de Nina Sayers atingir a perfeição e todos os demônios pessoais que a personagem enfrenta pelo seu maior desejo.O filme anda em ritmo crescente,começa devagar e a cada cena,o filme vai construindo sua fortaleza,e o tal crescimento que cito não é algo que acontece somente ao roteiro,acontece com todos os profissionais envolvidos com o filme,melhor,todos não.

A direção de Darren Aronofsky aparece como um dos grandes trunfos de Cisne Negro,a impressionante segurança e a delicadeza que lida com as cenas mais complicadas é incrível,os ângulos,a escolha de dar um tom documental à jornada de Nina,a previsibilidade do roteiro para no fim guardar um final tão impactante e a inteligentíssima escolha de filmar Natalie Portman em planos abertos enquanto dança balé somente para evidenciar o esforço da atriz,mostra ainda mais profissionalismo e reconhecimento pelo esforço da atriz,os closes nos momentos mais fisicamente dolorosos de Nina é outro grande ganho da direção de Aronofsky,as diversas alucinações de Nina atingem ao ponto exato do espectador,a tensão impressionante criada a cada cena,enfim,genial.

Mas o que seria da genialidade de Aronofsky se não fosse sua extremamente competente equipe técnica,que passa pelo sempre ótimo Matthew Libatique e sua fotografia extremamente bela,que especificamente no prólogo e no ato final enxergamos com mais facilidade o trabalho maravilhoso que fez ao lado de Aronofsky,a trilha sonora de Clint Mansell,ridiculamente desclassificada da disputa do Oscar é praticamente um personagem a mais ao filme,usada nos momentos exatos,como habitual nos filmes de Aronofsky,nos momentos mais densos a trilha sonora é certeira e também é válido elogiar os simplórios mais notáveis figurinos de Amy Westcott e o onipresente e usado de forma sútil efeitos especiais.

Todo o elenco de Cisne Negro é brilhante,sem tirar,nem por,Winona Ryder em somente três cenas é satisfatória,ideal e muito assustadora para nenhum Jason Vorhees botar defeito.Vincent Cassel usa todo o seu poder manipulativo e sedutor,tanto a personagem quanto a quem assiste.Mila Kunis ganha destaque pela naturalidade ideal para nos deixar encantados,confusos com sua Lily.Barbara Hershey aparece como a melhor coadjuvante de um time de invejar,como a mãe superprotetora e que carrega um pouco de amargura pelo fato de ter desistido da carreira pela filha.Natalie Portman cresce no mesmo ritmo do filme,vemos fragilidade,ingenuidade e vontade de se tornar alguém relevante,na segunda metade do filme,vemos uma outra Natalie Portman extremamente decidida,nas curtas passagens de personalidade que é visível o brilhantismo do trabalho e da composição de personagem de Portman,tipo de atuação que é preciso ser apreciada do início ao filme.Na brilhantíssima sequência final (especialidade de Aronofsky) é o encontro definitivo de tudo aquilo que apreciamos com tanto cuidado durante todo o filme,a eficiente trilha de Clint Mansell,Matthew Libatique com fotografias deslumbrantes,a precisão e genialidade de Natalie Portman,todos conduzidos com maestria por um novo gênio do cinema,é o triunfo de Darren Aronofsky.

Por fim,Cisne Negro é um filme perfeito.


Nota:10/10

Sinopse Retirada do site Adoro Cinema

Cisne Negro (Black Swan,2010)
Diretor:Darren Aronofsky
Roteiro:Mark Heyman,Andres Heinz,John J.MacLaughllin
Elenco:Natalie Portman,Mila Kunis,Barbara Hershey,Vincent Cassel,Winona Ryder,Benjamin Millipied,Ksenia Solo,Kristina Anapau,Janet Montgomery,Sebastian Stan,Toby Hemingway